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Post número 4, sobre 4 Davis

Pela nossa querida Valéria Chociai


“Como faço uma escultura?

Simplesmente retiro do bloco de mármore tudo que não é necessário.”

Frase atribuída a Michelangelo

Eu escrevo muitos textos ao mesmo tempo... e não... isso não é excesso de criatividade ou alta produtividade... é total falta de foco mesmo.

Até porque a metade desses posts não vê tão cedo a luz dos olhos de ninguém ou muito menos seu ponto final... mas fazer o quê... essa sou eu com minhas dores e delícias.

E tudo isso dito porque no último artigo que eu estava escrevendo (que não, não foi o último que publicamos e sim provavelmente um dos próximos que vamos disponibilizar para você) coloquei a imagem abaixo, inclusive com a mesma legenda.


“O” David.

Por favor, se for a Firenze, veja esse David, da Galleria dell´Accademia, antes dos “outros”.

Você vai me agradecer por essa dica.

Imagem do site turismo.intoscana.it

Eu achei apropriado explicar melhor essa minha sugestão e por isso estou escrevendo agora esse texto sobre os 4 Davis que eu acho, nada humildemente, que você deve ver se for a Firenze... e, claro... como gostei de brincar com o número 4 no título, esse post veio antes daquele que o originou.

Não reclama não... eu sou louquinha, mas você até que gosta de mim um pouquinho, vai?

Antes de começar efetivamente eu gostaria de deixar claro que eu não entendo BULHUFAS sobre arte... minha especialidade é comer, minha gente... e eu comeria o David todinho, com ou sem chantilly!

Ops... acho que me empolguei um pouquinho... não era bem essa minha intenção senhores leitores (senhoras leitoras, era sim, mas não quero parecer descarada para os senhores leitores, combinado?!?).

Bem, o fato é que, de verdade, não entendo sobre arte... nunca nem considerei estudar profundamente sobre o assunto... e não me orgulho disso.

Eu até pesquiso um tanto sobre o que eu vou ver de mais relevante antes de efetivamente visitar algum lugar, mas o que eu “entendo” mesmo é que quando eu olho alguma coisa... bem... ou ela me emociona, ou não... é mais sobre “sentir” do que sobre “compreender”... isso é uma mea culpa, pois então se eu escrever alguma abobrinha aqui... já sabe... me perdoa?

Diz que sim?

Vou considerar seu silêncio como um sim.

Então, vamos começar porque o que vou lhe contar é deveras interessante apesar da minha ignorância artística.

Claro que você já ouviu falar de Michelangelo.

E é provável que você já tenha ouvido falar sobre o David de Michelangelo.

Se não ouviu, o que eu posso dizer é que é uma mega escultura, com uns 5 metros de altura, em mármore... dizem que é uma obra prima do Renascimento... eu concordo com o obra prima, mas não saberia sobre a parte do Renascimento se não tivesse lido a respeito...

Mas, me atendo novamente aos fatos, a escultura é uma coisa de louco!!!


Detalhe do David da Accademia, fotinho de mammys, @cevadaemm.

Não tem como seu queixo não cair e isso é simplesmente demais – eu pelo menos acho demais quando a arte é tão democrática que consegue tocar a mais leiga das pessoas!

Mas tem um jeito certo de você se encantar pelo Sr. David.

E o jeito certo é conhecendo o original primeiro.

Como assim?

É que em Firenze existem algumas reproduções bastante interessantes do nosso amigo David e se você se descuidar, pode acabar vendo uma delas primeiro... e isso pode ser um balde de água fria na sua experiência... por favor, confie em mim pelo bem da sua felicidade...

O Primeiro David

O primeiro David que você DEVE ver é o da Galleria dell´Accademia – ele é o original, o todo-poderoso, o master-mega-blaster exemplar do mármore esculpido.


Mais um detalhe do David da Accademia, mais uma fotinho de mammys.

É interessante citar que o David foi uma escultura encomendada para ficar num outro lugar, mas não rolou... então a Galleria foi construída especialmente para abrigá-lo... e que show de construção!

Curti muito notar ali como a arquitetura pode valorizar uma obra de arte... mas não quero escrever muito mais porque não quero gerar muita expectativa... expectativa é algo “do mal”... só quero que você absorva essa informação: FIRENZE – DAVID – GALLERIA PRIMEIRO!


Mais um detalhe do David da Accademia, mais uma fotinho de mammys.

Continue comigo até o fim que eu conto para você como comprar seu ingresso da Galleria... é uma coisa bem técnica (e importante!!!) e iria ficar chata aqui no meio do texto.

Bom, mas você deve estar se perguntando quais são os outros 3 Davids, certo?

Pois bem, vou lhe contar... mas não posso nem dizer que vou contar em ordem de “importância” porque não tem como fazer isso... acho que os 4 são importantes à sua maneira e depois de visto o original, a ordem dos outros tanto faz... o que eu posso dizer é que se você vai passar apenas 1 dia em Firenze (loucura, loucura!!!) eu recomendaria a você passar o dia na trilha dos Davids... seria um belo passeio.

O Segundo David

Vou começar pelo David da Piazza della Signoria – esse eu acho que é um dos Davids que você corre o risco de ver antes do original se não fizer seu roteiro direitinho... a Piazza é bem “rota turística”... você certamente vai passar por ela em sua visita à capital da Toscana, pois é uma das praças principais da cidade, chamada por todos os guias, blogs e afins de “museu à céu aberto” pela quantidade imensa de esculturas por m²... e a reprodução de David é uma delas.


Imagem do David da Piazza della Signoria, retirada do Pixabay.

Minhas fotos ficaram terríveis, para variar...

Curioso é o fato de que lá nos primórdios era aqui na Piazza que o David original morava, mas não exatamente no mesmo lugar onde está o David atual (em frente ao Palazzo Vecchio, que eu gostei muito mais de visitar do que a Uffizzi, mas isso já é assunto para outro post...).


Outra imagem do David da Piazza della Signoria, retirada do Pixabay.

A obra pode ser italiana, mas a estética é grega...

O Terceiro David

Outro David lindão está na Piazzale Michelangelo, um “miradouro” fantástico um pouquinho afastado do centro histórico... nesse não dá para chegar a pé (bom... até dá... tudo dá... mas é longe!).


Finalmente uma foto de minha autoria nesse post!

Essa reprodução do David observando do alto a bela Firenze é feita em bronze... está toda verdinha e... bem... cagada pelos pássaros.


Mammys capturou um bom detalhe do pobre David defecado...

Não acredito que alguém vá à Piazzale para ver especificamente o David... ele é mais um bônus que o destino em si... mas vale ir sim até ali (aliás, vale muito) para ver a cidade com seu marcante Duomo, o Rio Arno, o Pitti e seus belos jardins... o pôr do sol visto dali é incrível... realmente recomendo programar seu horário de estar ali com o horário do pôr do sol do dia...

Como saber o horário do pôr do sol?


A vista que se tem de Firenze a partir da Piazzalle... linda, não?

E olha que fiz a foto com meu celularzinho!


Aqui na esquerda você vê os Jardins de Boboli do Palazzo Pitti...

cenário do Inferno de Dan Brown e

lindo lugar para se visitar em Firenze,

mas também é assunto de outro post, já que lá não tem nenhum David!

O Quarto David

Finalmente, restou um quarto e último David importante a ser visto... e este é um bem polêmico.


Imagem do site firenze.republica.it

e nesse link deles vocês podem ver num slideshow

o processo de criação desse David

Ele está no segundo andar do Mercato Centrale, ou Mercato di San Lorenzo – é o David “tatuado”...

Radical demais para o seu gosto?

Eu confesso que curti, mas também não acho que tenha muita gente que vá até ali só para ver a tal obra de arte, mas vale a pena sim ir almoçar ou jantar no Mercato.

É claro que eu tinha que falar de comida, né... já estava demorando!!!

Deixa eu tentar explicar como é o negócio... é como um Mercadão de São Paulo, só que infinitas vezes melhor, mais limpo e mais organizado.

No primeiro andar tem as barraquinhas que vendem frutas, verduras e afins...

Já no segundo andar existe uma enorme praça de alimentação gourmet, oferecendo os mais diferentes, frescos e deliciosos produtos que você pode imaginar... tem pizza, massa, queijos, embutidos, carnes, frituras, saladas, sorvetes, doces, cervejas, vinhos... cada “stand” vende uma coisa diferente, sendo que todos têm uma coisa em comum: a qualidade top!


Imagem do site do próprio Mercato – tudo fresquíssimo!


E para todos os gostos!

Também imagem do site do próprio Mercato.

Minhas recomendações?

Tenho três.

A primeira é que você chegue com fome.

Depois, que você dê uma circulada geral para ver tudo o que é oferecido.

Finalmente, tente pegar uma coisa em cada lugar e dividir com quem estiver com você – assim, podem provar um pouquinho de tudo!

Eu gostei de alguma coisa especialmente?

Posso dizer que as únicas coisas que comi e não “amei” foram o cannolo (a casquinha não estava perfeita, apesar do recheio estar) e os gnocchi (muita farinha na massa... os toscanos se orgulham tanto de sua farinha que às vezes exageram na mão...), mas fora isso, tudo incrível!

O fato de a culinária toscana

ter permanecido tão simples

é um longo tributo ao talento

daquelas camponesas

que cozinhavam tão bem que ninguém,

nem mesmo agora,

sente vontade de se aventurar

em novas direções.

Sob o Sol da Toscana

Frances Mayes

Como é o preço?

Num jantar, eu e minha mãe comemos e bebemos BASTANTE (bastante do tipo... um exagero...) por 74 euros, mas é possível gastar bem menos... então achei não só o preço bom, como a relação custo x benefício excelente.

Só não espere conforto... é uma praça de alimentação... você tem que buscar suas coisas nos “stands” e as mesas são compartilhadas... mas acho que isso é parte do show do lugar, que aliás, tem música ambiente de excelente qualidade... do tipo que eu, que não me ligo muito em música (bizarro, eu sei) cheguei a notar...

Enfim, são esses os 4 Davids que eu acho que merecem a sua visita em Firenze... e se você já foi à capital Toscana, não “deixe de me deixar” um comentário dizendo se concorda ou não comigo!

Como entrar na Galleria Dell´Academia?

Finalmente, como prometido, vamos falar sobre o ingresso da Galleria dell´Academia...

Existem quatro formas de entrar na Galleria – vou contar para você como é cada uma delas.

1. Chegando na porta e enfrentando a fila absurdamente imensa para comprar um ingresso na hora, debaixo de sol, chuva e/ou vento. Acredite em mim, você não quer fazer uso dessa opção então aceite de bom grado mais essa dica e vamos pular para uma das outras 3.


Imagem do Pixabay que reflete a realidade da fila da Galleria...

2. Acompanhado de um guia, seja particular ou em grupo – você paga um pouco mais pela sua experiência, mas não enfrenta nenhuma fila e ainda recebe “um plus a mais” de informações sobre as obras... pode ser bom para uns e um pé no saco para outros... se você curtir o estilo e se quiser uma indicação, sem ganhar nada por isso recomendo a Deyse do www.passeiosnatoscana.com só porque a contratei para um determinado passeio (assunto para mais um post...) e aprovei o profissionalismo. Ah, ela é brasileira radicada na Toscana.

3. Portadores do Firenze Card vão direto para o início da fila e esperam apenas uns poucos minutinhos para entrar... é “pá-pum”... mas o Firenze Card é carinho e não vale a pena para todos os turistas... então é preciso avaliar bem se para você compensa ou não o investimento... essa foi a minha escolha, só para constar.

4. Caso você não queira um guia e não precise de um Firenze Card, para você não ter que enfrentar fila, vai ter que comprar seu ingresso online nesse link, reservando dia e horário para entrada na Galleria... e esse dia e horário NÃO podem ser alterados... e se você chegar atrasado #lascou... e o site não é muito amigável... e nem sempre tem agendamento disponível para o dia e horário que você quer... mas ainda assim, acredite, vale a pena comprar o ingresso online! Você realmente não quer pegar aquela fila que eu comentei no item 1... não mesmo! Ah, claro... a cereja do bolo é que não há, por certo, a opção “português” nas línguas do site...

Bônus

E para você que foi paciente e ficou comigo até o fim, tenho um presentinho: um link que vai direcionar você a um outro blog que eu sigo desde que resolvi viajar à Toscana.

Eu apresentei para você a parte turística do David... já a Babi Campanaro, em seu post, me apresentou algumas curiosidades do lado histórico-cultural do moço.

Depois, se puderem, voltem aqui e me contem se gostaram da indicação.

Cheers! Tim-Tim! Prosit! Salut!

E baci!

A ciência descreve as coisas como são;

a arte,

como são sentidas,

como se sente que são.

Fernando Pessoa


Detalhe da mão de David… o segundo David, para ser mais específica.

Imagem do Pixabay.


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